23°C 34°C
Santa Luzia, PB
Publicidade

Unicef: mais da metade das crianças e adolescentes brasileiros vivem na pobreza

Os dados mostram ainda desigualdades raciais persistentes no país.

17/01/2025 às 07h33 Atualizada em 17/01/2025 às 16h09
Por: Redação 1
Compartilhe:
Imagem: Carlos Macedo - 20.jun.2024/Folhapress… - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/12/04/pobreza-extrema-ibge.htm?cmpid=copiaecola
Imagem: Carlos Macedo - 20.jun.2024/Folhapress… - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/12/04/pobreza-extrema-ibge.htm?cmpid=copiaecola

O número de crianças vivendo na pobreza diminuiu no Brasil, ainda assim o país tem mais da metade da população de 0 a 17 anos nessa situação.

Um estudo feito pelo Unicef identificou que 28,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiras (55,9% do total) viviam sem direitos básicos em 2023 —em 2017, eram 34,3 milhões.

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou o relatório na manhã desta quinta-feira (16). O estudo considera as múltiplas dimensões da pobreza, ou seja, não considera apenas a renda das famílias das crianças, mas também se elas têm garantidos direitos fundamentais, como acesso à educação, água, saneamento e segurança alimentar.

Com base em dados da Pnad Contínua, o relatório registrou que o país teve uma “redução notável” da pobreza multidimensional entre crianças e adolescentes desde 2017, quando a análise foi feita pela primeira vez. Naquele ano, 62,5% dessa população enfrentava alguma privação de direitos.

Também houve redução do que o Unicef considera situação de pobreza extrema no período, passando de 13,8 milhões (23,8% da população dessa faixa etária) para 9,8 milhões (18,8%).

“A análise considera que as crianças e adolescentes estão em situação de pobreza quando algum de seus direitos fundamentais é parcialmente garantido. Já a pobreza extrema ocorre quando essas crianças têm esses direitos consistentemente violados”, explica Liliana Chopitea, chefe de políticas sociais do Unicef no Brasil.

A análise indica que a redução de crianças em situação de pobreza foi impulsionada principalmente pela melhora no acesso à renda, o que foi proporcionado por políticas públicas como o Bolsa Família.

Em 2017, 25,4% das crianças viviam em privação de renda, ou seja, vinham de famílias que vivem com menos de R$ 355 mensais por pessoa. Em 2023, esse número caiu para 19,1%.

“Esta melhoria pode ser atribuída à expansão do programa Bolsa Família, dentre outros fatores. Além do aumento no valor do benefício, houve crescimento expressivo no número de famílias atendidas. Em termos absolutos, o estudo mostra que em 2019, 750 mil crianças e adolescentes saíram da pobreza devido ao Bolsa Família. Em 2022, esse número saltou para 2,9 milhões, até crescer mais uma vez para 4 milhões, em 2023”, destaca o relatório.

Apesar dos avanços na renda, o relatório identificou que houve deterioração no acesso a direitos em áreas fundamentais, como educação e proteção ao trabalho infantil.
Em educação, a análise leva em conta quando as crianças e adolescentes estão privadas do acesso à escola na idade certa e a serem alfabetizadas. No período avaliado, houve retrocessos nas duas dimensões, que podem ser atribuídos a um efeito persistente da pandemia de Covid no sistema educacional brasileiro.

Os dados mostram que, em 2023, as taxas de crianças de 8 a 10 anos de idade que não tinham sido alfabetizadas foram consideravelmente mais altas do que o registrado em 2019.

Em 2023, 30% das crianças de 8 anos não estavam alfabetizadas. Em 2019, 14% da população dessa idade ainda não sabia ler e escrever.
“Esta disparidade sugere que as crianças que tinham entre cinco e sete anos de idade em 2020, e que, consequentemente, experimentaram interrupções educacionais críticas durante a pandemia, enfrentam um dano persistente em sua alfabetização”, diz o documento.

O fechamento prolongado das escolas durante a pandemia também provocou um aumento nas taxas de atraso escolar, especialmente entre as crianças mais novas. Em 2019, 2% das crianças de 9 anos tinham atraso escolar. Em 2023, essa proporção subiu para 4,5%.

O relatório destaca ainda as desigualdades regionais do país, já que 95,3% das crianças que moram na zona rural enfrentam privações. Entre as crianças da zona urbana, 48,5% são afetadas. “Essa alta prevalência reflete as dificuldades contínuas enfrentadas por crianças e adolescentes em áreas rurais, onde o acesso a serviços básicos, como educação e infraestrutura é frequentemente limitado.”

Na zona rural, 91,8% das crianças vivem sem acesso a saneamento básico e 21,2% sem acesso a água. Na zona urbana, essas privações atingem, respectivamente, 27,9% e 2,4% da crianças.

Os dados mostram ainda desigualdades raciais persistentes no país. Tanto na pobreza total quanto na pobreza extrema, a situação é mais difícil para crianças negras.


Entre as crianças brancas há uma tendência de redução da pobreza, já que a incidência caiu de 49,8% para 45,2% no período. Entre as crianças negras, as taxas de privação passaram de 71,5% para 63,6%.

“Embora haja também uma tendência de redução, as taxas para crianças e adolescentes de raça negra permanecem consistentemente mais altas em comparação com a crianças e adolescentes de raça branca, destacando disparidades raciais significativas no que diz respeito às condições de vida e acesso a recursos essenciais”, destaca o relatório.

*ISABELA PALHARES/folhapress

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Santa Luzia, PB
33°
Tempo nublado

Mín. 23° Máx. 34°

33° Sensação
5.77km/h Vento
37% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
05h32 Nascer do sol
05h51 Pôr do sol
Ter 33° 23°
Qua 34° 23°
Qui 35° 23°
Sex 36° 24°
Sáb 36° 24°
Atualizado às 16h09
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,71 +0,21%
Euro
R$ 5,99 +0,10%
Peso Argentino
R$ 0,01 -1,92%
Bitcoin
R$ 581,137,48 -1,19%
Ibovespa
128,918,05 pts 0.55%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias